Oito comunidades apoiadas pelo projecto MozBio estão em processo de colheita do mel. Algumas delas, avançadas na actividade, já estão a vender. Trata-se das comunidades de Mussapa. Nhahedzi, Mahate, Mpunga, Zomba, Muoco, Macoca e Maronga, todas elas localizadas na zona tampão da Reserva Nacional de Chimanimani.
Do total dos 638 apicultores que recebem a assistência do Mozbio, sendo que 45 por cento são mulheres, 366 são novos e abraçaram a actividade este ano como nova fonte de rendimento para as suas famílias.
Das 4.935 colmeias geridas pelos apicultores, 3.420 foram distribuídas pelo Mozbio em 2017. Destas, 83 por cento estão já povoadas correspondentes a 2.838, prevendo-se nesta época uma produção aproximada de 15 toneladas – quase o dobro do que se conseguiu na campanha passada (8 toneladas).
Estes elevados níveis de produção estão relacionados com a observação das normas técnicas transmitidas pelo Provedor de Serviços contratado pelo Mozbio. Por exemplo, e de modo a assegurar a viabilidade desta actividade, os apiários estabelecidos comportam um máximo de 25 colmeias, garantindo assim a disponibilidade de água e comida para as abelhas neste ecossistema.
Somente em condições extremas como por exemplo quando se registam grandes queimadas, se contempla a alimentação artificial das abelhas. Neste caso, as comunidades recorrem ao uso da farinha de milho e de um xarope feito à base de favos de mel, muitas vezes produzido e fornecido pela Mozambique Honey Company Lda (MHC). Nas condições atuais, cada colmeia pode produzir, no máximo, 25 quilos.
Para facilitar o processo de comercialização do mel, o Mozbio distribuiu 300 baldes e a MHC, outras 400, num processo que visa garantir a qualidade do mel comercializado, evitando possível contaminação que poderia advir da armazenagem do mel em recipientes inapropriados.
Dentre as comunidades com maior potencial para a produção do mel destacam-se as de Mpunga (esperadas cinco toneladas), Zomba (três toneladas e meia) e Mussapa (três toneladas). Estas já concluíram a colheita e estão no processo de pesagem e venda do produto.
As de Mahate e Maronga ocupam o segundo plano com a previsão de uma tonelada e meia e uma tonelada, respectivamente, enquanto que nas restantes, se espera obter entre 300 e 500 quilos.
Os apicultores têm o mercado assegurado. A Mozambique Honey Company Lda. (MHC), empresa moçambicana sediada na cidade de Chimoio, província de Manica, compra todo o mel que preencha os requisitos de qualidade exigidos pelo mercado! A MHC, possuidora do selo “Made in Mozambique”, vende o mel em suas próprias marcas, em mercearias e supermercados e outras lojas especializadas tanto para o mercado massivo a exemplo do Peixe da Mamã, como para o mercado mais exclusivo – delicatessen, lojas do aeroporto internacional, etc.
A MHC possui também contratos com grandes distribuidoras como a Tropigalia, satisfazendo as especificações de qualidade para a sua marca Gourmet, que incluem uma percentagem considerável do mel produzido na Área de Conservação de Chimanimani (ACC).
A MHC paga pelo mel em favo 70 meticais o quilo, o que permitirá que que as comunidades da ACC possam ganhar mais de um milhão de meticais, rendimento que vai influir na melhoria das condições de vida destas comunidades.